Equipa de vereação PS

Equipa de vereação do Partido Socialista Caldas da Rainha:
Jorge Sobral, Filomena Cabeça, Manuel Remédios, António Ferreira, Helena Arroz, João Jales e Rui Correia
Vereadores eleitos para o mandato 2013/2017: Rui Correia (Ind) Jorge Sobral (PS)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Caldas e Óbidos: do amuo à inércia

Um ano depois da tomada de posse dos novos elencos autárquicos de Caldas e Óbidos cumpre fazer um balanço do que há por fazer para acabar determinadamente com a política de costas voltadas entre os dois municípios.

Os vereadores do Partido Socialista acompanham a satisfação pelo desfecho que foi, recentemente obtido para tentar solucionar os muitos e complexos problemas da Lagoa de Óbidos. A reserva de uma verba substantiva para a sustentabilidade ambiental deste delicado ecossistema corresponde a uma antiga pretensão de todos quantos amam a Lagoa e que desesperaram durante anos, décadas, com a irresponsabilidade egocêntrica de dois presidentes de câmara do psd que nada fizeram para que um acordo salvasse a Lagoa da destruição.

É por sua causa que este protocolo chega em 2014 e não 20 anos antes, quando deveria. O partido que hoje assina papéis e abre públicas garrafas de champanhe é aquele que mais contribuiu para a degradação e abandono do património ambiental deste lugar único. A memória é o que é. É verdade antiga que a assinatura de um protocolo é coisa nenhuma, quando não vem acompanhado de um cronograma que concretize o que vai ser feito e quando vai ser feito. Não é, pois, momento para beberricar ufanias. É, isso sim, altura de ver o trabalho a andar, pôr mãos à obra e recuperar tanto tempo perdido.

Não havendo, mesmo na Lagoa, ainda nada em curso, importa recordar que muito há por fazer para compensar décadas de amuo institucional.

É preciso vitalizar e conjugar energias e recursos que permitam ampliar a capacidade negocial, produtiva e empresarial da região.

Nenhum plano de articulação se estabeleceu para consolidar um parque empresarial comum, nenhum contacto se estabeleceu para consolidar uma frente comum reivindicativa para a linha do Oeste que integre outros municípios e exija a anunciada e nunca concretizada revitalização da ferrovia. Não vimos durante este ano um único gesto institucional que permitisse criar uma soma positiva interconcelhia para a captação de investimento privado. Nada feito também em matéria de ampliação da dimensão funcional ao apoio aos mais necessitados, através da articulação entre as redes sociais concelhias.

Num momento em que assistimos a uma degradação violenta da oferta de cuidados de saúde nos nossos concelhos, não vimos um gesto que fosse que estabelecesse um projeto de saúde comum que promova a qualidade de vida e bem-estar dos nossos munícipes.

Nada foi feito em matéria de criação de um indispensável parque de veículos pesados comum a Caldas da Rainha e Óbidos, ecopistas e ciclovias integradas, roteiros turísticos e patrimoniais convergentes, articulação de eventos com oferta hoteleira e de restauração, articulação das redes de transporte municipal OBI e TOMA, (fará algum sentido que haja autocarros a seguir vazios para Óbidos depois de deixarem os seus passageiros nas Caldas?), ampliando a oferta e a variedade de percursos.

Nada foi feito em matéria de conjugação e articulação das equipas de revisão dos planos directores municipais, instrumentos que, não apenas tardam em sair à luz do dia, como nem sequer prevêem qualquer contacto com as realidades vizinhas.

Não se compreende que se revele mais fácil estabelecer cooperação com cidades estrangeiras do que com os concelhos vizinhos.

É isso que vemos acontecer. Costas voltadas. Antes era por estados de alma, agora é por inércia. Num momento em que apenas as plataformas regionais podem com sucesso garantir o acesso a fundos estruturais que possam produzir mudanças criativas e reais na vida das pessoas, num momento em que as candidaturas municipais são preteridas em favor de candidaturas conjuntas, é imperativo que os executivos se unam e estabeleçam pontes de contacto. Não temos tempo para ficar a ver o que acontece.

A primeira meta é que exista desejo de entendimento e colaboração. Projecto pensado, com alcance futuro. Entendemos esta conduta como uma estratégia de maior alcance que, por simpatia, se estenderá a outros municípios vizinhos. É o que está a acontecer um pouco por todo o país. Precisamos de um projecto para a região e não só para os dois concelhos; um projecto inclusivo. Que possamos ser veículo de transporte de acções mais abrangentes.

A crítica no debate político é indispensável. Mas os partidos não servem apenas para criticar. Os vereadores eleitos do Partido Socialista manifestam a sua total disponibilidade para apresentar e apoiar medidas concretas que contribuam para a elaboração de uma agenda comum com vista ao aprofundamento dos laços fraternais que unem estas duas comunidades.

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